O sonho de todo empreendedor é ter uma grande ideia e fazer de tudo para tirá-la do papel: se precisar contratar pessoas, tudo bem. Se for necessário comprar mobiliário, maravilha. Sendo preciso registrar marcas e patentes, que sejam registradas essas marcas e patentes. E tanto esforço para, no fim, simplesmente ir à bancarrota por uma má gestão financeira.

Epa, como assim? Não é isso o que o empresário quer? Então por que diabos boas ideias acabam indo para o ralo por uma simples falha de gestão?

Digo simples porque controlar as contas não é um bicho de sete cabeças. A parte mais difícil do trabalho todo é ter uma boa ideia e fazer um negócio girar.  O resto é isso mesmo: resto.

Quase 30% das empresas brasileiras fecham suas portas no primeiro ano de vida. E um dos motivos aventados pelos entendedores é a falta de gestão mesmo.

Então, siga essas dicas se você for um desses empreendedores com o sonho de afundar uma grande ideia (ironia detected):

1. Não planeje as contas a pagar

A vida é muito emocionante, assim como o fluxo de caixa da sua empresa deve ser. Não saiba as datas dos pagamentos de contas, não confirme valores e nem entenda os ciclos de pagamento.

2 – Misture sim

Sabe aquela máxima de separar contas pessoais das contas da sua empresa? Que besteira! A empresa é a sua, suas contas também, então o melhor de tudo é fazer a maior lambança e pagar jantares em família com o cartão corporativo. Afinal, foi para isso que você construiu seu próprio negócio, não foi? Para pagar um restaurante bacana um fim de semana, e não para trazer solidez para o resto da vida…

3 – Use fontes caras de crédito

Como você não planejou suas contas a pagar, fez a maior lambança com as contas pessoais e corporativas, certamente um grande desejo irá se cumprir: o de não ter dinheiro suficiente para pagar as contas. Eba! Neste caso, nada como buscar fontes caras de crédito para pagar os funcionários, por exemplo. Em vez de falar com o gerente da sua conta corrente jurídica buscando as melhores alternativas de crédito com menores taxas de juros, saque dinheiro do seu cartão de crédito pessoal, que tem juros astronômicos. Ou então use o “cheque especial”, o limite negativo de sua conta corrente (que também cobra um dinheirão de taxas).

4 – Não se programe

No Natal as vendas aumentam? Nos domingos elas caem? E daí, quem se importa? Não avalie quais dias sua empresa tem de ficar aberta e nem quais outros é melhor fechar as portas mais cedo. Nem quando você terá de contratar temporários para ajudar com serviços extras. Deixe rolar. Pague horas extras desnecessárias num dia e, no outro, atenda mal os clientes por falta de pessoal suficiente.

5 – Férias e décimo terceiro, as surpresas de todos os anos

Todos os anos os funcionários tiram férias e ganham décimo terceiro, mas não é por isso que você vai calcular antes e já guardar o dinheiro referente a elas todos os meses, não é mesmo? Quando chegar na hora de pagar a equipe, o melhor mesmo é estar sem fundos suficiente para isso.

6 – Carteira para quê?

Ainda no quesito funcionários, não assine carteira de trabalho. Sim, deixe todos na ilegalidade, torcendo para o ministério bater em sua porta e multar você e sua empresa.

Estes são apenas alguns equívocos que sim, nós cometemos por, simplesmente, estarmos atolados em um milhão de coisas para fazer e gerir e criar. Eu sei. Eu já fui da estatística dos 30% que citei aí em cima: minha empresa fechou no primeiro ano de vida. E o motivo principal foi não me programar para o pagamento dos funcionários. Chegou na hora do décimo terceiro, eu fali.

Este post sarcástico é só uma forma de alerta. Há inúmeras outras experiências pelas quais todos nós passamos que poderia rechear esta lista.

Compartilhe a sua. Assim, quem vier na frente não cometerá os mesmos erros que a gente.

Matérias relacionadas:

Gestão e negócios

VER todos