O planejamento, presente nas organizações, contribui com o cumprimento de objetivos, mas esta não é a única vantagem. Fora os benefícios em relação a resultados, o planejamento também interfere no engajamento e motivação dos colaboradores.

Ao ingressar em uma empresa, uma determinada função é direcionada ao colaborador, com tarefas a serem executadas diariamente, diversas vezes, sem que ele saiba ao certo o porquê daquele papel dentro do contexto geral da organização. Essa é uma questão que gera insegurança se o trabalho está sendo bem executado, fornecendo os resultados esperados e suprindo as expectativas da empresa, uma vez que não se sabe quais são estes resultados e expectativas.

Rafael Bueno, CEO e fundador da TeamCulture, HR Tech referência em gestão de pessoas, ressalta a importância desta clareza para os colaboradores. “Sem este alinhamento, o colaborador não tem a certeza de estabilidade em seu emprego, não sabendo, por exemplo, se ele e a sua equipe estarão lá daqui 3 ou 6 meses, até mesmo no próximo ano. Incerteza que prejudica seu engajamento, produtividade e sua motivação”, aponta o especialista.

Entenda quais são os tipos de planejamentos

Antes de detalharmos os tipos de planejamento de uma empresa é importante destacar que poucas pessoas sabem o porquê fazem o que fazem, algumas sabem explicar o como fazem e todas as pessoas sabem dizer o que fazem. Logo seguindo a técnica do círculo dourado de Simon Sinek deveríamos começar pelo PORQUE. Nas empresas quando falamos sobre direcionamento estratégico de uma organização, ela deve estar vinculada diretamente ao propósito da empresa, nesse caso o PORQUE.

É neste momento que damos início ao planejamento da organização. “O planejamento estratégico trata do objetivo geral esperado alinhado ao propósito organizacional, dentro de um contexto e período maior, geralmente um ciclo anual. Ele reflete o que se espera que a empresa conquiste até o final do ano, por exemplo. Já o planejamento tático, são visões, a médio prazo, utilizando de objetivos menores que, somados, levarão a empresa para o objetivo do planejamento estratégico”, explica Bueno sobre os diferentes tipos de planejamento.

O planejamento tático é construído para medir o progresso em direção aos objetivos anuais da organização. Estes objetivos menores fornecem uma visão e entendimento do que já foi realizado e do quanto ainda precisa para chegar ao resultado esperado no planejamento estratégico. Sendo assim, ambos devem estar alinhados.

Os dois planejamentos são, geralmente, estruturados no fim do ciclo anterior, caso o seu ciclo anual inicie em janeiro o ideal é iniciar o planejamento do próximo ciclo no final do ano corrente.

Colocando o planejamento em prática

Sabendo da importância do planejamento e seus benefícios, o próximo passo é a concretização. Para isso, líderes e colaboradores devem compreender os processos dentro da organização, incluindo seu papel e impacto no trabalho como um todo para que todos saibam o que está sendo feito e porquê. Ter objetivos interligados em todos os setores da empresa é importante para certificar-se de que todos estão ‘remando para o mesmo lado’ e juntos. Esse alinhamento auxilia na obtenção de resultados e, mais do que isso, muitas vezes pode poupar esforços, pois garante que a organização não terá dois setores investindo recursos financeiros e mão de obra na mesma iniciativa, ou, o contrário, que também é prejudicial, os setores podem estar indo para rumos diferentes, sem ter um objetivo alinhado.

A concretização, ou não, das ações presentes no planejamento é determinada pelos indicadores, que são meios de metrificar o progresso até o seu objetivo para que a trajetória possa ser acompanhada de forma prática. Segundo Bueno, os indicadores são as principais ferramentas para auxiliar no planejamento, pois ajudam a mensurar quão perto a empresa está do seu objetivo, quanto já foi percorrido e quanto falta para a conclusão. Além da clareza de quando seu objetivo será alcançado.

“Por exemplo, se alguém tem como objetivo correr uma maratona, é preciso primeiramente olhar para os indicadores. É fundamental saber quantos quilômetros a maratona possui, para criar um planejamento para alcançá-la aos poucos. Se a corrida tem 1.000 km, é preciso percorrer distâncias menores até que seja possível correr a distância total”, explica o especialista. “Neste caso, os indicadores de progresso seriam o aumento da quilometragem da corrida. Podemos medir estas conquistas através de objetivos e resultados chaves táticos, é possível que este planejamento inclua corridas menores. Além disso, podemos criar projetos e iniciativas, também alinhados com seus objetivos, que ajudem a alcançar as métricas determinadas”, completa.

Construção do ambiente colaborativo

Estas ações constroem um ambiente colaborativo dentro da empresa e permite que os colaboradores saibam quais são os objetivos almejados, além de criar a sensação de pertencimento. “Ao participar da construção dos objetivos, os colaboradores sentem que realmente fazem parte daquele projeto, conectados com o propósito da empresa, o que aumenta a motivação dentro do ambiente corporativo e traz engajamento. Este processo é diferente de contratar colaboradores sem dar a eles a visão geral do que a empresa faz, de fato, os resultados esperados e a projeção futura”, esclarece o especialista.

Após a criação dos objetivos táticos, o time sugere iniciativas, que são avaliados pelos líderes com base em orçamento, capacidade de equipe e relevância do impacto das ações nos objetivos para serem definidas as sugestões por ordem de prioridade.

Com isso, passamos pelos passos de criação, organização e execução do planejamento de uma empresa, usando o OKR, ferramenta que está em alta dentro das organizações, por auxiliar no planejamento e ajudar a metrificá-lo, para que a empresa tenha as informações e passos necessários para melhorar seus resultados e aumentar a produtividade de seus colaboradores

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