Todo empreendedor reconhece a importância de uma boa ferramenta de gestão para otimizar a resolução dos problemas e melhorar prosperidade dos negócios — e o diagrama de Ishikawa é uma delas.

O método foi desenvolvido pelo engenheiro de controle de qualidade Kaoru Ishikawa, em 1943, e se mostra extremamente útil ao controle administrativo até hoje. A partir da identificação de um problema, ele analisa todas as várias causas para chegar a possíveis resoluções.

A minha missão é levar conhecimento aos empreendedores e facilitar a sua administração. Então, se quiser saber mais sobre esse importante método japonês, siga na leitura do post comigo!

Conceito e composição do diagrama de Ishikawa

Por várias vezes eu me vejo com grandes problemas para resolver e sem conseguir identificar como eles tomaram proporções tão grandes. Se isso já acontece no âmbito pessoal, imagine então no profissional, em que o empreendedor tem toda uma estrutura organizacional envolvida.

O diagrama de Ishikawa se propõe a fazer o caminho de volta, do problema até a sua raiz, não só para encontrar a origem da dificuldade enfrentada, mas também para esclarecer em qual momento as coisas começaram a desandar.

Essa ferramenta de gestão é visual, também conhecida como diagrama espinha de peixe em razão de seu desenho: você traça uma reta horizontal e na ponta direita escreve qual é o problema observado em sua empresa ou departamento. Demora no atendimento, produto com defeito e baixa produção são hipóteses a serem escritas aqui.

Desse eixo central semelhante à espinha dorsal do peixe partem 6 traços na diagonal (3 para cima e 3 para baixo), os 6 Ms. Eles classificam em categorias as possíveis causas do efeito indesejado sob análise.

Os 6 Ms

Empreendedor, quando for identificar as razões de seu problema, realize um brainstorming com os departamentos de sua empresa. Essa reunião deve ser feita com áreas distintas porque, se o RH identificar pontos falhos na mão-de-obra, os operadores são capazes de dar um parecer quanto ao maquinário.

Cada setor lida com uma realidade diferente e seu ramo de especialização permite uma melhor identificação das causas problemáticas dentro das 6 categorias mencionadas. Mas, afinal, para que serve cada uma delas?

Mão-de-obra (manpower)

Esse M avalia sua equipe, buscando resposta a indagações como: os colaboradores envolvidos no processo estão qualificados? Seu desempenho está dentro do esperado? Se não, por quê? O trabalho é feito com pressa? Há falta de comprometimento?

Máquinas (machines)

As rotinas operacionais dependem delas. Então, avalie se o problema é originado por falta de manutenção nos equipamentos, maquinário obsoleto ou impróprio para a produção.

Materiais (materials)

Um bom relacionamento com os fornecedores é essencial caso você encontre causas para o problema na baixa qualidade da matéria-prima utilizada. Ela também pode ser inadequada para a fabricação do seu produto ou ser usada em volume acima do necessário.

Método (method)

Do planejamento à execução, o que há de errado com o seu método? Estou falando de fluxo de trabalho, técnicas adotadas, entrosamento entre as atividades dos diferentes setores e orçamento insuficiente para cada um deles.

Medida (measurement)

Suas métricas para controle dos processos estão corretas? Apresentam resultados discrepantes? São verificadas dentro do prazo adequado? Seus instrumentos para aferir medidas (temperatura, peso e tamanho) estão calibrados?

Meio ambiente (Mother Nature)

O ambiente corporativo é adequado para a atividade desempenhada? Excesso de barulho, calor, falta de iluminação e instalações pequenas podem ser empecilhos ao bom trabalho. Além disso, considere fatores externos à empresa, como poluição e clima instável. ​

Vantagens da aplicação

Além de unir os colaboradores para avaliar todo o contexto operacional, ele promove a capacidade analítica e o senso crítico dos envolvidos. Sua divisão em categorias contribui para a rapidez na hora de identificar a relação de causa e efeito, agilizando a resolução do problema.

O diagrama de Ishikawa estimula o pensamento criativo para trazer as inovações necessárias, aperfeiçoando processos e envolvendo toda a equipe na gestão de qualidade. Por ser uma ferramenta visual, é de fácil assimilação e acessível aos colaboradores.

O engajamento gerado no time pelo método japonês se traduz em melhores resultados — até porque os pontos falhos são identificados e eliminados e, assim, há contribuição para o aumento da produtividade. Ele orienta a tomada de decisões para o futuro e a adoção de estratégias eficientes a fim de se evitar os erros do passado.

Se existe um sistema de gestão da qualidade implantado em sua empresa, o diagrama de Ishikawa é ideal para a otimização de sua atividade empresarial. Se você não faz esse controle, está perdendo uma grande chance de crescimento no ramo corporativo.

Exemplo prático

Imagine ser dono de uma pequena fábrica de calçados com lojas próprias e identificar no sistema o recebimento de uma série de reclamações sobre a qualidade de seus tênis: temos o problema.

Seu processo produtivo envolve as seguintes etapas: modelagem, corte, costura, montagem, solado e acabamento. Feitas essas considerações, você convoca os gestores para levantarem as falhas e aplicarem o diagrama de Ishikawa.

Quanto à mão-de-obra, vocês notam que 40% dos colaboradores na linha de montagem foram contratados recentemente — ou seja, talvez lhes falte treinamento. No tópico máquinas, sua conformadora, responsável por moldar o tênis de acordo com a anatomia do modelo, tem mais de 15 anos de uso e não faz seu trabalho com perfeição.

Ao analisar a matéria-prima, segundo seu comprador, o fornecedor vem oferecendo borracha pouco resistente, de qualidade inferior à de antes. No método, a fixação da palmilha com adesivos tem acelerado o seu desgaste, sendo viável a substituição por grampos.

Depois de ter o solado grudado ao corpo do tênis, ele passa por uma climatizadora para maior fixação. Se a reclamação do cliente é que a parte de baixo do calçado desgruda facilmente, talvez seu refrigerador não esteja na temperatura adequada ou o termômetro faça a medição errada.

Por fim, a baixa qualidade de seus tênis pode encontrar causas no meio ambiente. Se o ar-condicionado não estiver funcionando em um dia muito quente, por exemplo, a fabricação do produto é negativamente afetada.

Conforme falei no início do texto, vários outros tópicos podem ser o problema no diagrama de Ishikawa, tais como atraso no trabalho, falhas no sistema, mau atendimento e excesso de devoluções por parte dos clientes.

O método japonês pode ser adotado inclusive por departamentos, por exemplo: o RH nota alta rotatividade de colaboradores. No caso, a espinha de peixe ajudaria você a identificar por que tamanha dificuldade de reter pessoal.

Notou quantas vantagens você tem na aplicação do diagrama de Ishikawa, empreendedor? Essa importante ferramenta de gestão colabora para a adoção de medidas mais eficientes e possibilita a prosperidade de seu negócio ao apontar gargalos e novas oportunidades.

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