Uma recente pesquisa realizada pela ABTD (Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento) mostra dois grandes problemas na educação corporativa brasileira. O primeiro que investe-se pouco em treinamento, e o segundo que o investimento tem baixo retorno devido à maneira como as empresas estão gerenciando hoje no país.

Em relação ao primeiro problema, apesar da melhora nos últimos anos, fica evidente a distância que estamos de países desenvolvidos como os Estados Unidos. Enquanto os EUA investem USD 1.229,00 por colaborador, o Brasil investe apenas BRL 624,00. Em todos os outros índices de investimento, seja Treinamento por Faturamento, ou por colaborador entre outros, os EUA investem de 2.8 a 3 vezes o que o Brasil investe.

Mas vamos focar neste artigo à respeito do segundo problema: o baixo retorno que os investimentos em treinamento geram. Como nós brasileiros envolvidos com educação corporativa podermos ter um melhor retorno sobre o investimento que fazemos em nossos negócios? Como podemos capacitar melhor nossos operadores, gestores, lideres e executivos?

A partir da minha experiência profissional noto que empresas multinacionais e brasileiras, principalmente no setor de varejo e consumo, vêem os treinamentos como uma das formas mais eficientes de se alcançar alto desempenho. Apesar de ter investimento menor se comparado à projetos de consultoria, os treinamentos se forem mal planejados e executados com pessoas pouco qualificadas podem ser uma completa perda de tempo e dinheiro.

Treinamentos mal planejados e/ou executados podem acarretar um custo altíssimo às organizações. Basta fazer um exercício de imaginar o custo de todas as pessoas paradas por horas em uma sala de aula mais o custo da logistica e de infra-estrutura para realização do evento. Além destes custos tangíveis, temos também os intangíveis, como custo do retrabalho, ou da baixa qualidade da execução de atividades devido à falta de capacitação das pessoas.

Ao longo de vários anos participei de diversos treinamentos em diferentes países e empresas, o que me proporcionou entender alguns pontos críticos para o sucesso ou falha destes momentos. Abaixo compartilho cinco dicas ponderosas para otimizar os resultados em treinamentos nas organizações:

1) Conhecer bem a audiência

Para os palestrantes é fundamental saber quem é o público presente. Entender seus interesses e seus conhecimentos prévios fará com que os exemplos e o direcionamento da palestra seja atraente aos olhos do público.

2) Conectar com o público

(Conexão com a audiência através de uso de exemplos práticos e reais). Após o estudo da audiência, o palestrante deve saber utilizar esse conhecimento para fazer a conexão do tema que está sendo apresentando aos fatos corriqueiros e à realidade do público. Fazer essa conexão não somente atrairá a atenção como também facilitará a compreensão do que se deseja transmitir.

3) Dar continuidade prática ao treinamento

(Aplicação pratica pós treinamento teórico, coaching). Todo aprendizado é melhor assimilado com a utilização prática do conhecimento. É imprescindível, após o treinamento teórico, aplicar dinâmicas ou até aplicação prática no dia a dia das pessoas para aquele conhecimento seja sedimentado.

4) Dar Dinamismo ao treinamento

Nada mais chato que um treinamento monótono. Um treinamento sem interação é um fracasso total. A audiência fica sonolenta, o palestrante perde a atenção e interesse do público. O treinamento bem planejado é aquele que sabe mesclar teoria com dinâmicas, videos, cases, e intervalos.

5) Dominar o assunto

Durante os treinamentos assuntos correlatos e complementares surgem colocando em prova o conhecimento de quem está palestrando. Ter uma visão mais abrangente e conhecimento teórico e prático sobre o assunto e seus possíveis desdobramentos é fundamental para que a audiência tenha a garantia do que está sendo transferido.

Com essas dicas é possível alcançar um excelente retorno sobre o investimento em treinamentos como também garantir que os profissionais realmente sejam capacitados e convertam esse conhecimento em resultados mensuráveis e tangíveis para as organizações.

Por Ivan Cruz, Diretor de Inovação, Marketing e Desenvolvimento de Negócios da Mereo

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