O título não está em formato de pergunta por acaso. Cada situação é única, mas é importante fazer alguns questionamentos antes de uma definição

Uma das coisas que mais me assustou quando me tornei empreendedor era essa coisa maluca de “tomar decisões”. Quando se trabalha para uma empresa, parece que ter autonomia total é a maior urgência e, a falta dela, o berço de muita insatisfação. Mas como já dizia o Pequeno Príncipe, “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. Vai cativar uma empresa e achar que a coisa é simples, vai…

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Você tem um propósito?

Li uma matéria na revista Superinteressante sobre como nosso cérebro funciona em momentos de decisão. Vou transcrever um trecho aqui para vocês:

“Para nos levar à melhor alternativa, o cérebro tem um sistema capaz de esmiuçar dilemas. Esse sistema conta com 3 engrenagens, ativadas por qualquer escolha que apareça na nossa frente – pode ser algo que nos obrigue a mudar de cidade ou só a trocar a marca da margarina. Uma das engrenagens representa o desejo de chegar à conclusão mais lógica. Outra está ligada a tudo o que você já viveu e aprendeu. E a terceira tem a ver com seus antepassados. Cada uma das 3 analisa as alternativas por um ponto de vista, mas nenhuma dá conta de resolver o problema sozinha. É como se o trio formasse uma banca de advogados. Individual­mente, cada engrenagem tem uma opinião, mas precisa apresentá-la às outras e convencê-las. Como acontece em qualquer discussão, alguma delas vai falar mais alto. E a banca apresentará o caminho a ser tomado, em conjunto. Pronto, está tomada a decisão.”

Bacana, não? Para injetar uma dose de metodologia nesse processo, vou compartilhar com vocês um caminho mental que sigo nessas situações:
> Avalio riscos, recompensas e consequências – sejam elas negativas ou positivas de múltiplos cenários.

> Observo minha sensação e busco o equilíbrio emocional, que, ao meu ver, é a melhor ferramenta para a tomada de decisões. Estou muito eufórico? Ansioso? Irritado? Com medo? Paro, respiro e penso antes de tomar atitudes.

> Prezo por resultados de médio e longo prazo, que sejam sustentáveis, e não imediatistas.

> Ouço. Muito. Mesmo. Incluo pessoas que, aparentemente, não poderiam contribuir com muita visão. Quanto mais abro minha mente para ouvir o outro, mais ideias diferentes e criativas surgem.

> Sabe aquela vontade de fazer depois? Então, eu ignoro. Quanto mais procrastino, pior fica.

> Dou atenção total aos detalhes, pois uma peça mal formulada pode acabar com qualquer estratégia.

> Acima de tudo, não sou prisioneiro de minhas decisões. Estava errado? Mudo o caminho. Não há nada pior do que insistir no que é inútil.

O principal desconforto que sentia, e por vezes ainda sinto, é o medo de o resultado não sair como esperado e eu acabar prejudicando não só minha empresa, mas as pessoas do entorno. Com o tempo, fui apendi que, no fim das contas, nada sai exatamente como imaginei – e que nem por isso o final é ruim. Muitas vezes, o problema não está no acontecimento, mas, sim, no julgamento que eu faço dele. Entendi que devo respirar, relaxar e pensar: não sei o que vai acontecer, e nem tem como saber, mas estou fazendo o melhor que posso!

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