Ontem, hoje e todos os dias ouvimos sobre a existência de problemas sociais. Problemas grandes e urgentes: má distribuição de renda, falta de saneamento básico, desnutrição alimentar e fome, poluição da água e do ar, insegurança, violências institucionais de todo tipo. A toda hora e momento, enxergamos todo dia de problema social. E nossa geração se questiona com mais consciência e disposição sobre como lidar com eles, sobretudo como resolvê-los. 

Diante desse desafio, surge inevitavelmente a pergunta: o que fazer para minimizar ou extinguir os problemas sociais?

Existem dois setores da sociedade que mergulham nesse objetivo hercúleo: o setor 2.5 e o terceiro setor. A ideia aqui é tentar identificar as principais diferenças entre os dois. 

Tradicionalmente, há uma divisão entre três setores da sociedade, do ponto de vista de gestão: 

Primeiro setor: também é conhecido como setor público, estatal. O mesmo é composto por Instituições públicas e os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). Com o seu objetivo principal sendo a arrecadação de dinheiro com a finalidade de atender os interesses públicos e gerais do coletivo e auxiliar a população do país, estado ou município.

Segundo setor: conhecido também como o Mercado. O mesmo é composto por empresas privadas que muitas vezes competem entre si. Geralmente os investimentos feitos nesse setor são de origem privada e visam o crescimento da empresa. O principal papel desse setor em nossa sociedade é  gerar empregos para a população e satisfazer as necessidades da mesma. Sendo assim todos que participam desse setor são beneficiados de alguma forma, seja como empresário, funcionário ou comprador.

Terceiro setor: O terceiro setor conhecido também como o setor das associações sem fins lucrativos. O mesmo é composto por ONGs, instituições, fundações e organizações da sociedade civil; as mesmas podem receber doações do Estado e/ou de empresas privadas. Esse dinheiro arrecadado é sempre utilizado em prol da nossa sociedade. O principal objetivo desse setor é ajudar a nossa sociedade com projetos sociais impactando as comunidades ou grupos em situação de vulnerabilidade ou em defesa do meio ambiente, contribuindo para que essas pessoas tenham uma perspectiva melhor do seu futuro e possibilitando o acesso a serviços básicos.

O bom funcionamento e equilíbrio entre estes três setores servem (ou serviriam) para manter qualidade de vida e bem-estar para membros que compõem a sociedade. 

Durante as décadas de 70 e 80, uma nova forma de pensar a sociedade e sobretudo o mundo dos negócios surgiu: o empreendedorismo social. Começou a se falar em negócios sociais, ou setor 2.5. A sociedade civil se organizou de forma e apresentar modelos de negócio que não se definiam completamente nem como segundo, nem como terceiro setor, por isso a denominação de setor 2.5. São modelos de negócios por essência comprometidos com o impacto social. 

É visto então como um setor da economia que visa ao equilíbrio entre a sustentabilidade e o retorno financeiro no resultado das empresas. Essas empresas buscam lucro por meio de atividades que resolvem problemas e incluem uma parcela da população que tem maior dificuldade de acesso a certas estruturas e serviços. 

Surge diante de uma realidade social em que o Estado (Primeiro Setor) é deficitário e não atende os direitos fundamentais, individuais e sociais previstos pela Constituição Federal; 2) as empresas tradicionais (Segundo Setor) buscam desenvolvimento econômico e lucros desenfreados; e 3) as associações e fundações (Terceiro Setor) que possuem como objetivo cobrir os déficits prestacionais do Estado, possuem fragilidade organizacional, dependem de recursos de terceiros e, ainda, deparam-se com o descrédito popular, em razão de diversas notícias sobre desvios de suas finalidades.

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