Impor limites ajuda você a ter foco no seu propósito e a manter a qualidade dos seus serviços

Uma das tarefas mais difíceis para mim, que sempre fui do tipo bonzinho, foi aprender a dizer não para os meus clientes. Acredite quando digo: esse é um processo necessário e que ditará o sucesso ou fracasso dos seus negócios.

Posso afirmar que aprendi a dizer não sem culpa. Classifico as negativas em três diferentes situações:

De um dia para o outro

Esta cena se repetiu várias vezes: “Pode devolver esse documento amanhã, Clico?”. Olhava para minha mesa e via a pilha de coisas que tinha para fazer. Seria mais uma noite varada. Meu coração dizia não, mas eu respondia: “sim, claro”.  Complicado, né?

Para sair dessa toada, tive que mudar minha forma de pensar: dar uma resposta negativa não é ser um prestador de serviços ruim, mas totalmente o contrário. Um bom fornecedor está ciente de sua capacidade de entregar um material de qualidade atendendo, sempre que possível, às necessidades e urgências de quem o contrata. Da mesma forma que é importante não atrasar um prazo acordado, é essencial que seu cliente saiba que seu trabalho é sério e baseado em metodologias que precisam ser seguidas para que ele mesmo fique satisfeito no final.

Valor muito baixo

No começo de uma empresa é normal baixar preço em busca de casos de sucesso. Dar um desconto aqui e ali compensam pela experiência e credibilidade adquiridas. Mas chega um momento em que não é mais viável trabalhar por valores abaixo do razoável. Isso é ruim para você, que desvaloriza seu passe; para o cliente, que perde a noção de quanto custam as coisas e acaba por não sabendo se planejar; e para o mercado como um todo, já que quem cobra valores corretos acaba sendo prejudicado pelos que fazem leilão.

Se o valor ofertado pelo seu cliente não for o mínimo que você considera pelo seu tempo e seu conhecimento, negue. E explique o motivo: seja sincero, sem ser ríspido. Ele vai te respeitar depois.

“Me faz um favorzinho?”

Não. Não faço.

É muito comum que peçam para incluir atividades aqui e ali no seu escopo de trabalho. “Pequenos favores, vai”, que acabam tirando seu foco de atividades que poderiam ser remuneradas. Não forneça de graça o seu ganha-pão.

É claro que toda regra tem sua exceção. Se o relacionamento for baseado em confiança mútua e houver estruturas sólidas, não há nada demais em fazer favores, dar descontos e correr com prazos. É preciso haver equilíbrio e bom senso.

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