Não importa como a gente vai executar. Pode ser de forma planejada, espontânea, orgânica, sistematizada. Com ou sem processos. Tudo que há no mundo material, necessariamente passou pelo mundo das ideias. Se existe no mundo, existiu uma ideia.

O maior desafio para qualquer pessoa é dar o primeiro passo. Procrastinamos, ouvimos mais nossos medos do que nossos sonhos, ficamos inertes com infinitas possibilidades e riscos. E “ser empreendedor” é assumir que o primeiro passo é tão importante quanto a própria jornada, ou até mesmo que dar esse primeiro passo é se lançar num mar de incertezas. Mergulhar no desconhecido não é fácil pra ninguém. Empreender é isso: é ter coragem e sentir prazer no mergulho dessa imensidão.

Quando assumimos essa postura pra gente, assumimos uma responsabilidade para o mundo. Precisamos nos perguntar o que, com o que e para quem nossa ideia contribui? Que problema/problemas ela consegue minimizar ou resolver? Ela contribui com meu bairro, meu vizinho, minha comunidade, meu país?

Quando o coração pulsa e vibra pelo sim, pelas respostas positivas de retorno à sociedade, estamos querendo gerar um negócio de impacto social. Os negócios sociais fazem parte do setor 2.5, que basicamente são aqueles que se comprometem a maximizar impacto social positivo, e não o lucro, característica dos negócios tradicionais. Os negócios sociais são criados a partir das ideias de propósito de gerar transformações e benefícios, ambientais e sociais.

Como andar de bicicleta, quem quer empreender socialmente precisa ter o equilíbrio entre lucro e impacto social, sem parar de desenvolver ideias e formas de resolver os problemas propostos na essência do negócio.

Sempre gostei de escrever as ideias. Com caneta e papel. Rabiscar. Riscar. Faz com que minha bagunça mental se organize nas folhas - antes - em branco. Dos rabiscos e das ideias, gosto de passar para um mapa mental num programa de design, pra começar a ver de forma organizada os primeiros esboços. Aí sim, com mais clareza, dou o próximo passo: desenhar o projeto. O projeto é fundamento para quase todos os próximos passos. Até mesmo pra captar recursos, se for o caso. Serve também para, quando nos sentirmos perdidos, voltar e saber o porquê e como estamos fazendo aquilo.

Os primeiros - e muitos depois - passos que a gente dá não serão lineares. Vão existir muitos mais erros do que acertos. E vai estar tudo bem. Os erros são necessários para que a gente sempre avalie e revise nossos processos internos e externos. Os passos - muito menos nossa evolução - não são lineares. Nossa constância, sim. É saber continuar. Sofrer. Sentir. Vibrar. É saber comemorar as pequenas vitórias. Saiba comemorar as pequenas vitórias diárias. Elas serão o combustível para a resiliência. Que pra mim, é a virtude das virtudes para qualquer pessoa.

A resiliência é a nossa capacidade de entender que nada está no nosso controle, de nos adaptarmos com as adversidades que a vida – e também as pessoas - coloca à nossa frente. Resiliência é conseguir manter o coração firme, a cabeça em pé, e os passos em movimento. Muitas vezes não é sobre ter a melhor ideia, o melhor relacionamento, as melhores fontes de captação de recursos. É sobre nossa capacidade de enfrentar, diariamente, essas adversidades.

Tudo começa com uma ideia e um primeiro passo. E mesmo o menor dos passos, é melhor do que nenhum para quem quer empreender socialmente.

Matérias relacionadas:

VER todos
No items found.