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e analisarmos e compararmos ambos os segmentos, o marketing e o futebol possuem diversas semelhanças na prática. É possível afirmar que um gol possui a mesma importância que uma campanha eficaz e/ou revolucionária, já que traz para o time ou a empresa uma vantagem enorme sobre os seus concorrentes.

Por conta disso, os times de futebol trabalham tanto dentro quanto fora de campo para sempre agregar valor à sua marca e angariar um maior número possível de torcedores, que consequentemente lotarão os estádios, comprarão camisas ou se associarão ao clube. Além disso, há uma relação direta de causa e efeito, onde quando uma equipe vai bem dentro das quatro linhas, ocorre um aumento na compra dos seus produtos, assim como na venda de ingressos para seus jogos.

De acordo com o especialista em Marketing Esportivo, Ricardo Hinrichsen, quanto maior for o número de pessoas indo aos estádios para acompanhar uma equipe ou telespectadores assistirem sua a partida, maior será o desejo das emissoras em transmitir o jogo de determinado time, com isso os patrocinadores dos clubes conseguem uma grande visibilidade. “Os resultados aumentam a visibilidade da marca que se reflete em maior comercialização de propriedades”, afirma Ricardo.

Empresas aproveitam visibilidade da modalidade

Sabendo da grande visibilidade proporcionada pelos times de futebol no Brasil, empresas de diversos segmentos se aproveitam dessa vitrine para popularizar sua marca em território nacional. Na última década, por exemplo, foram as companhias dos setores financeiros e imobiliários que estampavam seus logos em grande parte dos uniformes dos times das primeiras divisões do Campeonato Brasileiro.

Contudo, de 2018 para cá esse cenário tem sofrido uma mudança e outro nicho tem tomado conta dos patrocínios aos times brasileiros. Estamos falando do segmento de casa de apostas online, que desembarcou no país recentemente e já caiu no gosto popular. Isso porque esses estabelecimentos virtuais cobrem diversas modalidades esportivas, além de disponibilizarem uma variedade de facilidades aos usuários, que vão desde bônus de boas-vindas generosos a odds elevados, os quais aumentam bastante o lucro do apostador em caso de acerto.

Mas, além das promoções que todo mundo adora, boa parte da fama que essas companhias têm apresentado se deve à associação com vários clubes que disputam o Campeonato Brasileiro de futebol, a competição com o maior público do país. Para se ter noção, na edição de 2021 do Brasileirão, dos 20 times que disputaram a Série A, 19 recebiam patrocínio de uma operadora de apostas esportivas. E a expectativa é que esse número continue a crescer nesta temporada, já que as empresas do ramo têm voltado seus olhos para as equipes que disputam a Série B,C e D da competição.

Ao total, há pelo menos 450 operadoras de apostas esportivas atuando no Brasil, e 33 dos 40 principais times do futebol brasileiro são patrocinados por alguma empresa do setor. Segundo o Ibope Monitor, as 10 maiores companhias do segmento investiram no primeiro semestre de 2020 cerca de US$ 12 milhões em publicidade, sendo que esse montante subiu para US$ 75,7 milhões no mesmo período de 2021. “No segmento esportivo brasileiro, mais de 30% dos investimentos em mídia hoje são feitos por empresas do ramo de apostas”, afirma André Gelfi, CEO e sócio da Betsson em território nacional.

Segundo o empresário, atualmente o setor movimenta R$ 10 bilhões por ano, contudo há o potencial de que alcance os R$ 100 bilhões após uma regulamentação mais ampla da prática.

As plataformas de apostas esportivas podem operar no Brasil graças à Lei 13.756 de 2018, que legaliza os palpites de quota fixa (aquela que o apostador sabe quando receberá caso acerte) - mas essas operadoras obrigatoriamente precisam ter sua sede no exterior.

Segundo o country manager no Brasil da Kaizen Gaming, a falta de uma regulamentação ampla tem travado um pouco o crescimento do segmento por aqui, já que várias grandes companhias têm evitado investir no país por falta de uma segurança jurídica e fiscal, mas esse cenário pode mudar completamente neste mês de fevereiro, quando será votado o Marco Regulatório dos Jogos, que tem grandes possibilidades de ser aprovado.

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