Dois anos depois da regulamentação de vendas pela internet, devemos nos preparar para nova onda de relacionamento com o cliente

Tenho uma amiga de faculdade – como já comentei por aqui, sou formado em comunicação – que tinha um sonho: abrir uma doceria. Ela amava fazer brigadeiros, bolos e outros quitutes e morria de vontade de viver disso. Contudo, assim como ocorre com boa parte dos empreendedores em potencial, ela tinha de dar um jeito de encaixar seu objetivo na realidade financeira e, como resultado, sempre adiava o projeto porque não poderia largar seu emprego fixo e trocar o certo pelo incerto.
Foi, então, que ela teve um estalo e encontrou a resolução para essa questão: pegar carona no e-commerce.
Ela investiu em uma plataforma de vendas e continuou trabalhando como CLT. A exposição rendeu frutos e os pedidos começaram a chegar. O ritmo de trabalho foi crescendo, a clientela tornou-se fiel e foi possível, enfim, a concretização do sonho de abrir a doceria física.

Contei toda essa história porque o e-commerce permitiu que o empreendedorismo se fortalecesse como uma opção mais concreta e acessível. E a plataforma deu tão certo que, há dois anos, ganhou uma regulamentação própria, com base no Decreto Federal 7.962 de março de 2013. A norma estabelece que os sites cumpram importantes determinações, tais como:

  • Informem claramente o nome da empresa e seu número de inscrição, endereço físico e eletrônico, e demais informações necessárias para sua localização e contato;
  • Detalhem características essenciais do produto ou do serviço, incluídos os riscos à saúde e à segurança dos consumidores;
  • Discriminem quaisquer despesas adicionais ou acessórias, tais como as de entrega ou seguros;
  • Expliquem as condições integrais da oferta, incluídas modalidades de pagamento, disponibilidade, forma e prazo da execução do serviço ou da entrega ou disponibilização do produto.

Hoje, o comércio eletrônico já é muito forte. Veja alguns números, segundo pesquisa Webshopers, da e-bit:

  • O comércio eletrônico brasileiro faturou R$ 35,8 bilhões em 2014, um crescimento de 24% sobre os R$ 28,8 bilhões de 2013.
  • O número de pedidos feitos via internet, em 2014, foi de 103,4 milhões, quantidade 17% maior que o registrado no ano anterior (88,3 milhões).
  • O tíquete médio foi de R$ 347, 6% maior que em 2013 (R$ 327).
  • Ao todo, 51,5 milhões de pessoas fizeram pelo menos uma compra online no ano de 2014, sendo 10,2 milhões entrantes.
  • Moda e Acessórios é a categoria mais vendida, seguida de Cosméticos e Perfumaria/Cuidados Pessoais/Saúde, Eletrodomésticos, Telefonia e Celular, e Livros/Assinaturas e Revistas, nesta ordem.
  • As transações realizadas por meio de aparelhos móveis (sem o uso de apps) corresponderam a 9,7% de todas as vendas de bens de consumo pela Internet. No primeiro semestre, a participação chegava a 7%.

Futuro

Minha amiga, agora, vende doces também por redes sociais, como Facebook e Instagram. Em uma pesquisa de 2010, a Booz & Company previu que esse mercado, chamado de social commerce, movimentasse US$ 30 bilhões ao redor do mundo.

E então, você já começou a olhar para essa oportunidade?

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