Primeiro passo é ter calma e lembrar que é uma fase. Depois disso, você conseguirá avaliar alternativas

Hoje é sexta-feira, da de #ClicoResponde. Selecionamos uma questão enviada por Gilberto Rocha:

“Já tenho uma empresa de confecção, cometi erros financeiros no passado, mas cuido direitinho tanto de fornecedores, funcionários, aluguel, impostos, e coisas do gênero. Já consegui pagar bastante de minha dívida, vendendo bens e reduzindo gatos pessoais. Mas as coisas estão piorando, porque o mercado está muito ruim. Estou oferecendo serviços de terceirização a alguns parceiros, mas estou encontrando bastante problemas de inadimplência de vários lojistas. O que mais posso fazer?”*

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Olá, Gilberto! Obrigado por confiar no Guia Empreendedor para compartilhar a sua história.

Em primeiro lugar, o que podemos dizer a você é: acalme-se. O que você está vivendo é uma fase – e como qualquer outra, vai passar. Sei que não é nada confortável ficar em situações assim – minha mãe teve um negócio, quando eu ainda era um Cliquinho adolescente, que foi à falência. Não foi fácil, mas hoje já é algo superado. Esfriar a cabeça é importante porque, sem isso, é fácil tomar decisões precipitadas, o que mais atrapalha do que ajuda.

Você já renegociou suas dívidas, o que é importante. O que você pode fazer é conversar com os credores para tentar uma nova negociação, já que os negócios estão passando por um momento ruim. Alongar prazos para pagamento pode ser uma boa opção – mas fique atento aos juros que serão cobrados.

Se a sua empresa está operando no limite, mas as vendas não estão dando o retorno necessário, você tem que se fazer algumas perguntas: há quanto tempo isso ocorre? Seus concorrentes passam pelo mesmo problema? O que dizem os demais agentes da cadeia? Qual a perspectiva para o setor? Aqui, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil é uma fonte importante para lhe dar uma visão de mercado mais ampla e apresentar ideias para passar por esse momento. Se as perspectivas são ruins e sua empresa não terá fôlego financeiro para passar pela crise, talvez seja hoje de você rever sua estratégia e tomar uma decisão de negócios, sem deixar que a emoção fale mais alto.

Outro ponto importante: eu não sei exatamente o foco de sua empresa de confecção, mas será que a abordagem que você usa hoje não deve ser revista? Já pensou em usar as redes sociais e o e-commerce para vender seus produtos, ou tentar bazares e lojas colaborativas? Esta última opção é bem legal. Visite este site aqui para entender como funciona um exemplo.

Lembre-se sempre: a empresa é feita para dar lucro e tranquilidade para você. Se você está abrindo mão de realizações pessoais e está se tornando o funcionário mais mal pago da equipe, esse propósito claramente não está sendo cumprido. É compreensível que você esteja cortando gastos pessoais para conseguir dar conta da situação, mas tenha em mente que isso deve ser encarado como exceção, e não como regra. Separar gastos pessoais do corporativo é uma das lições mais valiosas para empreendedores.

As possibilidades de sair dessa situação inúmeras, basta aliar criatividade a conhecimento de gestão. Mas para que essa combinação seja possível, você precisa seguir a primeira dica: ter calma e se lembrar que isso é apenas uma fase.

Espero ter ajudado!

*O Guia Empreendedor se reserva o direito de editar textos dos leitores sem deturpar a mensagem transmitida.

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