Você sabe o que é um pivot? Não estou me referindo ao jogador de basquete ou futebol de salão que talvez você tenha associado imediatamente ao termo. Hoje quero falar sobre esse conceito tão importante no mundo do empreendedorismo, que permite um giro em busca de novas alternativas de negócio, fundamental para inovação e garantia de constante atualização em um empreendimento.

Não se preocupe, não vou falar que você deve abandonar sua ideia de negócio e começar de novo do zero. Acompanhe comigo o que é e como usar um pivot, para que sua empresa experimente um novo tempo!

O que é um pivot?

No esporte, o termo é utilizado para o jogador que para com a bola, gira e escolhe outra direção, ou uma melhor oportunidade, sem sair de sua posição. No mundo dos negócios, da mesma forma, diz respeito a manter-se firme em um ponto e mover-se em outras direções a partir do apoio.

Muito comum em startups, a palavra começou a ser utilizada pelo norte-americano Eric Ries, criador do movimento Lean Startup, que afirma que não se deve desistir de uma ideia simplesmente por não atingir o resultado esperado ou por chegar a um ponto de estagnação. Ries afirma que o melhor é avaliar o cenário, aprender com os erros e pensar em novos rumos a serem tomados.

Em resumo, posso dizer que pivot é uma correção da estrutura do modelo de negócios, em que são feitos testes de uma nova hipótese sobre o produto ou sobre a estratégia tomada, analisando se há problemas nos canais de distribuição, na escolha do público-alvo e nos preços.

Quais são os tipos de pivot?

Em seu livro “The Lean Startup”, Eric Ries defende que existem dez tipos de pivot. Explico aqui um pouco sobre os principais deles:

  • Zoom-in pivot: a ideia é transformar o que antes era apenas uma funcionalidade ou parte de um produto ou serviço, em todo o produto ou serviço.
  • Zoom-out pivot: o oposto do anterior, aqui percebe-se que o que antes era todo o produto é insuficiente para suprir as necessidades dos clientes, então transforma-se o produto em apenas uma funcionalidade ou parte de algo novo.
  • Customer segment pivot: é feito quando entende-se que o produto que está sendo criado resolve um problema de um segmento de consumidores diferente do previsto inicialmente. É uma adaptação para que o produto atinja o público-alvo correto.
  • Customer need pivot: pode acontecer que, depois de conhecer melhor o cliente, você perceba que ele tem necessidades diferentes do que foi suposto anteriormente. Dessa forma, há a necessidade de adaptar o produto às suas reais necessidades e oferecer algo com características diferentes.
  • Value capture pivot: nesse tipo, há modificação no sistema de monetização ou captação de renda do negócio. A ideia é criar valor para o cliente, depois capturá-lo na medida em que ele paga por isso.
  • Channel pivot: aqui a necessidade é alterar a logística de entrega, podendo ser necessário modificar o mecanismo através do qual a empresa leva seu produto até seu consumidor.

Que empresas que pivotaram?

Muitas das startups de sucesso precisaram pivotar até conquistarem o retorno que esperavam. Para as empresas de tecnologia, o processo é relativamente mais rápido e fácil, já que é possível mexer no trabalho de programação que têm pronto sem custos muito elevados. Em alguns casos de empresas que pivotaram e obtiveram bons resultados, foram feitos apenas alguns ajustes e melhorias; em outros, mudanças radicais foram necessárias, mas o que importa é que o impacto foi positivo.

Talvez você não saiba que marcas como Twitter e Groupon começaram com uma ideia muito diferente do que estamos acostumados hoje. Vou te contar como foi a mudança:

Twitter

No início, o nome era Odeo e o objetivo era oferecer uma plataforma de podcast aos seus usuários. Porém, em 2005, a Apple lançou a mesma ideia incorporada ao iTunes, fazendo com que houvesse a necessidade de uma mudança. Utilizando a tecnologia que já havia sido desenvolvida, surgiu a ideia do serviço de microblog com textos de até 140 caracteres. Atualmente, a rede social tem mais de 200 milhões de usuários pelo mundo e já vale muitos bilhões de dólares.

Groupon

Em 2006, a ideia do criador Andrew Mason era uma plataforma de crowdfunding que pretendia arrecadar fundos para boas causas, mas, passado o ano inicial, ele começou a sofrer cobranças por parte dos investidores que queriam retorno. Diante da necessidade de uma nova direção, Mason criou o modelo de lojas e empresas oferecendo produtos e serviços com desconto em compras coletivas. Hoje o negócio conta com mais de 30 milhões de usuários e vale mais de cinco bilhões de dólares.

Instagram

O projeto inicial de Kevin Systrom chamava-se Burbn e era parecido com o Foursquare, já que servia para oferecer ao usuário a possibilidade de fazer check-in em diferentes lugares que estivesse e trocar mensagens com amigos. Como não obteve bons resultados, no ano seguinte reuniu-se com um sócio e criaram juntos o aplicativo de compartilhamento de fotos e vídeos que rapidamente ganhou milhões de usuários. Em 2012 o Instagram foi vendido para o Facebook por aproximadamente 1 bilhão de dólares.

Youtube

Uma startup que surgiu com a intenção de ser um site de relacionamentos baseado em vídeos, após avaliação dos fundadores, transformou-se em uma plataforma de compartilhamento de conteúdo em formato digital. Um ano depois de seu lançamento, o Youtube foi eleito pela revista Time como a melhor invenção do ano. O Google o comprou por uma quantia superior a 1 bilhão de dólares.

Como foi possível ver, desistir diante dos primeiros obstáculos pode ser um erro que impedirá que uma grande ideia de sucesso dê certo. Empreender é ter visão e estar sempre em busca de novas oportunidades. Inovar pode ser exatamente o que uma empresa precisa para chegar muito mais longe.

Com a explicação e os exemplos ficou fácil entender o que é um pivot? Está disposto a experimentar dar esse passo em seu empreendimento? Então, dê uma passada em outro artigo meu que acho que vai gostar bastante, onde mostro 6 técnicas criativas para fidelizar clientes!

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